Vitamina D não melhora quadro de pacientes com Covid-19, aponta estudo

Vitamina D não melhora quadro de pacientes com Covid-19, aponta estudo

Um novo estudo divulgado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) revela que administrar dose alta de vitamina D a pacientes internados com Covid-19, sendo quadro moderado ou grave, não contribui para a evolução e melhoria deles.

O recente estudo foi conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) com apoio da Fapesp e publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).

Os pesquisadores acompanharam 240 pacientes atendidos no Hospital das Clínicas (HC-FM-USP) e no Hospital de Campanha do Ibirapuera, entre junho e agosto de 2020.

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Segundo a pesquisadora da Fapesp e coordenadora do projeto, Rosa Pereira, a motivação para pesquisa se deu porque estudos anteriores mostraram que a vitamina D, em determinadas situações, demonstrou efeito anti-inflamatório, antimicrobiano e modulador da resposta imune.

Com isso, Rosa explicou que o grupo resolveu investigar se uma dosagem elevada da vitamina poderia reduzir a inflamação ou diminuir a carga viral de pacientes com Covid-19, e assim, verificar a eficácia da vitamina nesse cenário.  

O estudo e seus resultados

Para colher os resultados, os pesquisadores dividiram aleatoriamente os 240 pacientes em dois grupos, que foram tratados com antibióticos e anti-inflamatórios.

O que os diferenciou foi o fato de um deles receber uma dose de 200 mil unidades de vitamina D diluída em óleo de amendoim. Enquanto isso, o segundo grupo foi administrado, apenas, com o óleo de amendoim.

O objetivo do ensaio foi verificar se a suplementação aguda teria impacto no tempo de internação dos doentes e se haveria redução do risco de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), intubação e morte.

Porém, em nenhum dos grupos houve uma diferença significativa entre os pacientes. Entretanto, a coordenadora ressaltou que o ensaio foi realizado para avaliar principalmente o impacto no tempo de internação e que, para mensurar o efeito sobre a mortalidade de forma adequada, seria necessário um número maior de voluntários.

“Até este momento, podemos dizer que não há indicação para ministrar vitamina D a pacientes que chegam ao hospital com a forma grave da Covid-19”, afirma a pesquisadora.

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A vitamina D e o ‘kit-Covid’
O resultado do estudo brasileiro endossa o que outros ensaios pelo mundo afora já apontaram. Haja vista que o chamado ‘kit-covid’ (coquetel composto por medicamentos como a hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina e a nitazoxanida, além dos suplementos de zinco e das vitaminas C e D) já teve sua ineficácia comprovada para tratar o coronavírus.

A coordenadora acadêmica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e especialista em farmácia clínica e prescrição farmacêutica, Juliana Cardoso, reforçou a ineficácia da vitamina D e dos demais medicamentos contra a Covid-19 em qualquer estágio da doença.

“Com o passar dos meses, vários estudos foram publicados, trazendo informação sobre o tema e demonstrando que esse kit Covid-19 realmente não funcionava em qualquer estágio da doença, seja antes do início dos sintomas, seja no leito de uma UTI. Se mostraram inclusive ineficazes ou até mais prejudiciais do que benéficos quando administrados”, concluiu.

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