“Menstrual masking”: viral das redes sociais preocupa farmacêuticos estetas pelos riscos e falta de fundamento científico

“Menstrual masking”: viral das redes sociais preocupa farmacêuticos estetas pelos riscos e falta de fundamento científico

O novo viral do momento nas redes sociais promete algo que parece tirado de um experimento de ficção: aplicar sangue menstrual no rosto como se fosse uma máscara estética. A prática, divulgada como menstrual masking, ganhou circulação também no Brasil depois de influenciadores defenderem supostos benefícios regenerativos do sangue, afirmando que ele contenha células-tronco capazes de rejuvenescer a pele.

A narrativa não é apenas frágil. É perigosa. Veículos internacionais como The Times, NDTV, Financial Express e The Independent já alertaram para a falta total de evidência científica que sustente o uso do sangue menstrual como cosmético e destacam o aumento de vídeos que romantizam a prática sem qualquer base técnica.

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O ponto central: sangue menstrual não é estéril. Profissionais de saúde ouvidos por jornais britânicos e indianos afirmam que o fluido contém uma carga relevante de bactérias, podendo incluir Staphylococcus aureus e outros microrganismos capazes de causar dermatites, foliculites, infecções e reações cutâneas severas. Isso se agrava quando aplicado sobre espinhas, microlesões ou pele sensibilizada, situação bastante comum entre adolescentes, que é o grupo que mais interage com esse tipo de tendência.

Enquanto influenciadores vendem a estética do natural, especialistas ressaltam que nenhum estudo clínico comprova benefícios dermatológicos do uso tópico do sangue menstrual. Os potenciais investigados em laboratório sobre células-tronco provenientes do endométrio ocorrem em ambiente controlado, com isolamento celular, purificação e avaliação biomédica. Nada disso se traduz em passar o próprio sangue cru no rosto diante da câmera.

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A popularização do ritual tem sido influenciada também por discursos associados ao ativismo menstrual e a movimentos que buscam quebrar tabus sobre o ciclo. Embora o debate sobre saúde feminina seja importante, farmacêuticos especialistas entrevistados pelo The Independent afirmam que misturar ativismo com pseudociência cria terreno fértil para práticas perigosas disfarçadas de empoderamento.

A mediação entre o certo e o errado

É nesse ponto que o farmacêutico se torna peça essencial na mediação entre desinformação digital e cuidado em saúde. Nas farmácias, o profissional é frequentemente o primeiro interlocutor de pessoas que chegam com dúvidas sobre produtos estéticos, alternativas naturais e tendências de internet. Cabe ao farmacêutico explicar que:

  • natural não é sinônimo de seguro;
    • sangue menstrual, apesar de ser um fluido fisiológico, não é adequado para uso cosmético;
    • cosméticos passam por avaliação de segurança, testes dermatológicos e controle microbiológico: o oposto da prática caseira;
    • há riscos concretos de infecção e irritação, e nenhum benefício comprovado.

Além do atendimento direto à população, farmacêuticos clínicos e pesquisadores reforçam a necessidade de comunicação técnica clara. A crença de que o corpo produz espontaneamente um anti-age natural desconsidera décadas de conhecimento sobre barreira cutânea, formulação cosmética e microbiologia. Para o público leigo, vídeos de um minuto podem parecer convincentes; para quem domina processo, estabilidade, pH, veículo e biocompatibilidade, a prática não faz sentido algum.

Plataformas internacionais já registram aumento de buscas relacionadas à tendência, inclusive com dermatologistas relatando casos de irritação decorrentes de tentativas amadoras. A própria NDTV noticiou que a viralização preocupa profissionais porque adolescentes estão sendo expostos a uma prática sem critérios mínimos de segurança.

Diante de mais uma tendência que viraliza antes de qualquer análise científica, cabe ao farmacêutico reafirmar seu papel: orientar, corrigir e proteger a saúde da população. Entre o vídeo da influencer e a verdade técnica, o profissional de farmácia continua sendo a ponte segura.

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