Caso Matthew Perry evidencia a importância do farmacêutico clínico na prevenção da dependência

Caso Matthew Perry evidencia a importância do farmacêutico clínico na prevenção da dependência

Por trás do humor inteligente e dos sorrisos que marcaram uma geração, havia um homem em luta constante contra a dor e o vício. O eterno Chandler Bing, na série Friends, Matthew Perry foi uma das celebridades que mais falou abertamente sobre os perigos do uso prolongado de medicamentos controlados, um relato que se tornou ainda mais impactante após sua morte, em outubro de 2023. Essa é uma história que evidencia o papel do farmacêutico clínico na prevenção, orientação e acompanhamento de pacientes em uso de medicamentos controlados.

Matthew Perry conquistou o mundo nos anos 1990 com seu humor rápido e timing impecável. Friends o transformou em ícone global, mas, por trás das câmeras, a vida seguia um roteiro muito diferente. Aos 24 anos, após um acidente de jet ski, Perry recebeu uma prescrição de Vicodin, um analgésico opioide altamente viciante. O que deveria ser um tratamento temporário se tornou o início de uma longa e dolorosa dependência.

Em entrevistas e em seu livro autobiográfico Friends, Lovers and the Big Terrible Thing (2022), o ator revelou que chegou a consumir até 55 comprimidos por dia. O corpo reagia em colapso: perda de peso extrema, lapsos de memória e internações constantes. Ao longo dos anos, ele passou por 15 reabilitações e 14 cirurgias, algumas para reparar danos causados por overdose e infecções graves.

“Eu queria estar sóbrio mais do que qualquer outra coisa. Mas a doença era mais forte do que eu”, escreveu. O vício em opioides e benzodiazepínicos o acompanhou por mais de duas décadas, uma batalha que ele descreveu como “uma guerra entre o cérebro e o corpo”.

Uma luta que não era apenas química

Matthew Perry falou repetidas vezes que o vício não se limitava à dependência física. Era também emocional e existencial. O sucesso mundial de Friends não trouxe paz, apenas ampliou a pressão e o medo de fracassar. Em seu relato, ele contou que o riso do público era ao mesmo tempo um alívio e um lembrete doloroso de que, fora das telas, ele não conseguia se manter de pé.

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Durante as filmagens das temporadas intermediárias da série, sua aparência mudou drasticamente - reflexo da oscilação entre períodos de uso intenso e abstinência. Em alguns episódios, o ator chegou a pesar menos de 60 quilos. Ainda assim, mantinha o profissionalismo e o humor intactos em cena, uma contradição que ele mesmo reconheceu como “um disfarce perfeito para quem está em queda livre”.

Os colegas de elenco, como Jennifer Aniston, tentaram ajudá-lo diversas vezes. “Ela foi a pessoa que mais me apoiou”, escreveu. “Me ligava e dizia: ‘Sei que está bebendo de novo’. Eu negava, mas ela sabia”.

Recomeços e recaídas

Mesmo após dezenas de internações, Matthew Perry nunca desistiu de tentar se recuperar. Abriu centros de reabilitação, financiou tratamentos para outros dependentes e se tornou um porta-voz da sobriedade em Hollywood. “Se alguém vier me dizer que leu meu livro e decidiu pedir ajuda, então minha história terá valido a pena”, afirmou em uma de suas últimas entrevistas.

Mas a luta não teve final feliz. Em 28 de outubro de 2023, Perry foi encontrado morto em sua casa, em Los Angeles. O relatório do legista indicou afogamento acidental, com efeitos agudos da cetamina, uma substância usada em terapias para depressão e ansiedade, que pode causar perda de consciência quando associada a outros medicamentos controlados.

A notícia abalou fãs no mundo inteiro. Mais do que uma tragédia pessoal, sua morte expôs o quanto o uso de medicamentos psicotrópicos, mesmo quando prescritos, exige vigilância contínua e acompanhamento profissional rigoroso.

Seu legado

Nos últimos anos, Perry se dedicou a transformar sua dor em propósito. Fundou uma clínica de reabilitação em Malibu, conhecida como The Perry House, e passou a receber jovens dependentes químicos em busca de uma segunda chance. O ator dizia que gostaria de ser lembrado não apenas por Friends, mas por ajudar outras pessoas a se manterem vivas.

Em sua autobiografia, ele escreveu: “Você pode estar no topo do mundo e ainda assim se sentir completamente perdido. Os remédios me fizeram acreditar que eu tinha o controle, quando, na verdade, eles é que me controlavam”.

Sua morte foi um alerta global sobre o poder destrutivo da dependência e sobre a linha tênue entre tratamento e abuso.

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O papel do farmacêutico clínico

Histórias como a de Matthew Perry mostram a urgência de fortalecer o papel do farmacêutico clínico na prevenção da dependência medicamentosa. Esse profissional tem a capacidade técnica e a responsabilidade de monitorar o uso contínuo de fármacos controlados, avaliar interações perigosas e orientar o paciente sobre os riscos de tolerância e abstinência.

Mais do que dispensar o medicamento, o farmacêutico atua como elo entre o tratamento médico e a segurança do paciente. Em casos de uso prolongado de opioides, benzodiazepínicos e hipnóticos (como os que marcaram a trajetória de Perry), o acompanhamento clínico pode evitar crises graves e até salvar vidas.

A farmacovigilância, somada à escuta ativa e à humanização do cuidado, é uma ferramenta poderosa para transformar desfechos trágicos em trajetórias de superação. O legado de Matthew Perry, afinal, vai além das risadas: é um lembrete de que a informação, a orientação e o acompanhamento profissional podem ser os verdadeiros aliados contra a dependência.

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