Tecnologia de vacinas mrna avança no combate a picadas de cobra

Tecnologia de vacinas mrna avança no combate a picadas de cobra

A tecnologia da plataforma de mRNA ,que ficou conhecida pelas vacinas contra a Covid-19, pode ganhar um novo papel no tratamento de picadas de cobra.

Um estudo publicado nesta segunda-feira (24/11) na revista Trends in Biotechnology mostra que o mRNA pode ajudar a prevenir parte dos danos musculares causados pelo veneno da Bothrops asper, espécie comum na América Central e do Sul e responsável por lesões graves e incapacitantes.

O veneno dessa cobra destrói rapidamente o tecido muscular e, mesmo com o tratamento padrão, muitas vítimas acabam com sequelas permanentes. A equipe de cientistas da Universidade de Reading e da Universidade Técnica da Dinamarca testou uma estratégia que envolve moléculas de mRNA envolvidas em pequenas partículas de gordura.

Quando injetadas no músculo, essas partículas estimulam as células a produzir anticorpos capazes de bloquear as toxinas do veneno.

“Pela primeira vez, demonstramos que a tecnologia de mRNA pode proteger o tecido muscular dos danos causados ​​pelo veneno de cobra. Isso abre uma nova possibilidade para o tratamento de picadas de cobra, principalmente as lesões locais que os antivenenos atuais têm dificuldade em prevenir”, afirmou o professor Sakthi Vaiyapuri, principal autor do estudo da Universidade de Reading, em comunicado.

Receba nossas notícias por e-mailCadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias

publicidade inserida(https://ictq.com.br/pos-graduacao/3567-pos-graduacao-p-d-analitico-e-controle-de-qualidade-na-industria-farmaceutica)

Como o tratamento protege o músculo?

Os antivenenos tradicionais são eficazes contra toxinas que circulam no sangue, mas têm alcance limitado sobre o tecido ao redor da picada, que costuma sofrer a maior parte da destruição.

Nos testes de laboratório com células musculares humanas, o tratamento com mRNA reduziu danos provocados tanto por uma toxina isolada quanto pelo veneno completo da Bothrops asper.

A produção dos anticorpos protetores ocorreu entre 12 e 24 horas após a aplicação. Em camundongos, uma única injeção administrada dois dias antes da exposição ao veneno foi suficiente para evitar lesões no músculo.

Os animais tratados apresentaram níveis menores de marcadores de dano muscular, como creatina quinase e lactato desidrogenase, além de preservarem a estrutura saudável do tecido.

Os pesquisadores destacam que a abordagem pode ser combinada com os antivenenos já existentes. Enquanto os tratamentos convencionais neutralizam as toxinas que alcançam a corrente sanguínea, os anticorpos produzidos a partir do mRNA podem proteger a região da picada, onde o veneno costuma causar destruição mais rápida.

Desafios para transformar a técnica em tratamento

Apesar dos resultados promissores, a equipe afirma que ainda há obstáculos antes que a tecnologia chegue aos pacientes. O desenvolvimento dos anticorpos leva horas, o que limita o uso imediato após uma picada.

Além disso, a estratégia atual atinge apenas uma toxina, enquanto o veneno real é composto por diversos componentes que precisam ser bloqueados.

Há também questões logísticas importantes. O armazenamento em locais remotos sem refrigeração é um problema, já que muitas picadas ocorrem em áreas rurais distantes de hospitais.

Para avançar, os pesquisadores planejam criar versões que protejam contra múltiplas toxinas e avaliar se o tratamento também funciona quando aplicado depois da picada.

“Agora precisamos expandir essa abordagem para atingir múltiplas toxinas do veneno e solucionar os desafios de armazenamento em áreas rurais, além de garantir uma produção mais rápida de anticorpos nos tecidos”, finaliza Vaiyapuri.

A expectativa é que as próximas etapas incluam testes mais amplos e a adaptação da tecnologia para uso em condições reais.

Participe também: Grupo de WhatsApp e telegram para receber notícias farmacêuticas diariamente

Contatos

WhatsApp: (11) 97216-0740
E-mail: faleconosco@ictq.com.br

HORÁRIOS DE ATENDIMENTO

Segunda a quinta-feira: das 08h às 17h
Sexta-feira: das 08h às 16h (exceto feriados)

Quero me matricular:
CLIQUE AQUI

Endereço

Escritório administrativo - Goiás

Rua Engenheiro Portela nº588 - 5º andar - Centro - Anápolis/GO 

CEP: 75.023-085

ictq enfermagem e mec
 

Consulte aqui o cadastro da instituição no Sistema e-MEC

PÓS-GRADUAÇÃO - TURMAS ABERTAS