La Farmacia de Papel – um modelo de Gestão para Farmacêuticos

Difícil encontrar um brasileiro que não tenha acompanhado o desenrolar da série La Casa de Papel. A produção espanhola que trouxe para dentro de nossas casas um dos professores mais espertos do mundo, utiliza muitos conceitos de gestão e estratégia para que a equipe, operacionalmente liderada pelo assaltante Berlim, obtenha êxito em sua missão: tomar de assalto à casa da moeda espanhola, produzir 2,4 bilhões de euros, e dividir essa fortuna entre os integrantes do bando. Aproveitaremos os exemplos práticos apresentados na série da NETFLIX para desenhar os contornos do modelo de gestão farmacêutica de aplicabilidade em todas as áreas da profissão. Se você conseguir replicar este modelo gerencial no seu dia-a-dia profissional, tenho certeza que ele lhe trará bons resultados. Sem mais delongas, eu vos apresento, os 3 pilares de “La Farmacia de Papel ”:

1. Os membros de uma equipe devem ter habilidades que se complementem

O que salta aos olhos dos telespectadores da aclamada série são as diferentes habilidades dos ladrões que o Professor estrategista escolheu para compor sua equipe. Entenda as diferentes características e/ou funções de cada um dos personagens:

- Tóquio: atiradora com experiência em assaltos a bancos.

- Moscou: escavador de túneis e arrombador de cofres.

- Berlim: líder calculista e sangue frio.

- Oslo: força bruta.

- Nairóbi: especialista em falsificações.

- Rio: hacker.

- Denver: o impulsivo elemento surpresa.

- Helsinque: força bruta.

Um farmacêutico, com um olhar mais apurado para técnicas de formação de equipe, diria que os invasores da casa da moeda formam uma bela EQUIPE MULTIPROFISSIONAL. Obviamente não foram escolhidos ao acaso, e, diante disto, devemos aprender com a lição deixada pelo mentor desta trupe: para formarmos um time de sucesso é preciso que todos entendam seu papel no time, tenham as habilidades necessárias para desenvolver seu papel, e tenham clareza do objetivo a ser conquistado.

Como profissionais de saúde que somos, muitas vezes precisamos atuar em equipes multidisciplinares, como por exemplo na farmácia clínica hospitalar. Entender o papel do farmacêutico nestas equipes e se aprimorar para obter o conhecimento necessário para desenvolve-lo é obrigação profissional, assim como respeitar os limites de atuação dos demais membros do grupo de trabalho. Ou entendemos que o sucesso do nosso trabalho está diretamente ligado a atuação dos médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas, e trocamos experiências e conhecimentos; ou nos isolamos em uma bolha farmacêutica, pronta para estourar. Digo a mesma coisa para os que atuam em farmácias comerciais: vejam gestores e balconistas como aliados, que possuem características e habilidades diferentes das suas, mas que estão ali para contribuir para o sucesso de uma missão, que você não conseguirá cumprir sozinho.

2. Um líder precisar ter “frieza” para tomar decisões críticas em momentos delicados

Não são poucas as vezes que os assaltantes travestidos de Salvador Dali, e até mesmo os telespectadores, colocam em xeque as decisões de Berlim. Mas o fato é: ele é o único preparado emocionalmente para conduzir a empreitada do bando ao sucesso. É incrível perceber que, apesar das rixas pessoais formadas durante o desenrolar do assalto, todos reconhecem o narcisista, que adotou o nome da capital alemã com pseudônimo, como único capaz de tomar uma decisão assertiva. Nestes momentos, as diferenças são colocadas de lado em detrimento da necessidade de ter uma liderança capaz de conduzir todos ao objetivo da missão.            

Pois bem, nós farmacêuticos podemos aprender muito com o pilar da “liderança fria” focada em resultados. Quantas vezes ao assumirmos uma posição de gerência, que requer a condução de uma equipe, temos nossos julgamentos e decisões profissionais influenciados pelo nosso relacionamento pessoal com os liderados? Quantas vezes, em momentos de aflição, deixamos de tomar a decisão correta pelo nervosismo imposto pelo momento? Precisamos aprender com uma das frases de efeito da série: “Nada parece tão grave, depois que se conta”. O farmacêutico precisa ser analítico o bastante para “esfriar” os fatos e ter a atitude que se espera de um líder.

Nada neste mundo, muito menos no mercado farmacêutico, se faz sozinho. Tenha uma equipe bem preparada, execute tarefas bem planejadas e decida com base em dados. Bingo! Seus liderados lhe seguirão.

3. Para obter os resultados esperados é preciso que as ações sejam meticulosamente planejadas

A palavra “meticulosamente”, que dá título a este pilar, não aparece por acaso. O surpreendente detalhamento do plano arquitetado pelo Professor, utilizando a ferramenta administrativa Prospecção de Cenários, é a razão maior da investida dos ladrões de vermelho. O personagem principal estava atento o tempo todo a cada detalhe e além de estar um passo à frente de todas as ações da força policial, ele conseguiu prever o comportamento de sua equipe nos momentos críticos enfrentados durante o assalto.

Como farmacêuticos, precisamos dominar as técnicas de planejamento, desde as ferramentas ligadas ao planejamento da atenção farmacêutica (ex: Método Dáder) até as ferramentas de gestão estratégica (ex: Balanced Scorecard - BSC). Como profissionais tecnicistas que somos, tendemos a nos tornar atores do “fazejamento”. Estes são profissionais que, de tão ansiosos pela execução, não dedicam tempo necessário, nem utilizam os métodos adequados, para traçar uma estratégia que leve ao objetivo previamente definido. Tomam decisões com base no calor do momento ao invés de seguir um fluxo decisório baseado em cenários previamente definidos. O resultado disso? A falência de farmácias, o não seguimento da terapêutica pelos pacientes atendidos e, até mesmo, o recolhimento de lotes inteiros de medicamentos. Isso mesmo, TODOS os processos farmacêuticos estão ligados ao planejamento, nas mais diferentes áreas. Ou você acha que a validação, técnica utilizada pela indústria, não é uma ferramenta da administração?

Enfim, se na sua vida profissional La Farmacia de Papel continua sendo uma obra de ficção, o seu futuro corre perigo. Talvez ele não esteja escrito no verso de um cartão postal. Não entendeu? Você acaba de ganhar um spoiler. Da próxima vez, antecipe-se!

Leonardo Doro Pires - Professor do ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico), Bacharel em Farmácia, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. Atua como consultor em gestão de varejo farmacêutico e é autor dos livros “Gestão Estratégica para Farmacêuticos” e “A Arte da Guerra para Farmacêuticos”.

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