Novo medicamento contra o Lúpus apresenta resultados positivos

Novo medicamento contra o Lúpus apresenta resultados positivos

Com destaque no jornal The New England Journal of Medicine (NEJM), um estudo realizado por várias universidades, entre elas a Columbia, nos Estados Unidos; a Manchester, no Reino Unido; e a Monash, na Austrália, apresentou um novo medicamento experimental para o lúpus, doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro.

No estudo, os pesquisadores constataram na fase três (momento em que a análise avalia a eficácia da terapia) que muitos pacientes apresentaram melhora nos sintomas, que causam manchas avermelhadas em forma de borboleta nas maçãs do rosto, artrite, febre e fadiga, após um ano de tratamento à base do anifrolumabe, que é um anticorpo de origem humana produzido em laboratório.

Durante o processo de pesquisa, 182 pacientes receberam o anifrolumabe, desses, mais de 47% responderam ao tratamento que inibe a produção do interferon 1, proteína imune ligada ao desenvolvimento de glóbulos brancos que combatem os agentes patogênicos (organismos como, por exemplo: bactérias, protozoários, fungos e helmintos que produzem infecções ou doenças infecciosas nos hospedeiros em condições favoráveis).  Apesar da ação benéfica dessa substância no organismo, o desequilíbrio dela pode ser um fator primordial para o desenvolvimento da doença.

Vale ressaltar que, conforme explica o médico, Luiz Carlos Latorre, membro da Comissão de Lúpus da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), o lúpus é uma doença com mecanismos patogênicos, que variam de acordo com cada paciente. “Aqueles em que o interferon tem papel importante têm mais chance de responder ao anifrolumabe”, explica ele, em entrevista publicada no jornal O Globo.

Contraponto

Uma pesquisa, publicada em novembro de 2019, colocou em pauta a eficácia do anifrolumabe, pois, o estudo não obteve bons resultados com o medicamento. Na etapa três, a terapia foi utilizada em grande número de pacientes. Na ocasião, os voluntários que receberam um placebo apresentaram melhor resposta aos sintomas da doença do que aqueles que fizeram uso do produto.

A diferença na resposta à terapia pode estar associada ao fato de que no estudo publicado pelo NEJM, os pesquisadores repetiram os testes aplicados na fase três, mas usaram um novo prazo para a verificação dos efeitos do medicamento. Nesse caso, os resultados mostraram que 47,8% dos pacientes que tomaram o anifrolumabe apresentaram melhora enquanto apenas 31,5% dos que fizeram uso do placebo responderam bem ao uso.

Efeitos colaterais

Mesmo com os resultados positivos destacados no estudo, o médico, Latorre, explica que é preciso cautela. Na publicação sobre a pesquisa, o artigo cita que, durante o tratamento, 7,2% dos pacientes apresentaram herpes zóster, 12,2% tiveram bronquite e uma pessoa faleceu de pneumonia.

“[É preciso] melhor análise sobre os efeitos adversos relatados, isso deve ser considerado antes da aprovação", destaca ele. Por fim, o reumatologista complementa: “Mecanismos múltiplos de patogênese podem ocorrer em um mesmo paciente, dificultando a utilização de uma única droga eficaz em todos os casos. É claro que essa via terapêutica tem sua importância, porém mais estudos deverão ser realizados até a sua aprovação. Seguramente, poderá ser uma nova opção terapêutica, mas ainda está longe de ser o medicamento utilizável em todos os pacientes", finaliza.

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