Medicamento contra obesidade faz perder até 20% do peso corporal, diz estudo

Droga contra obesidade faz perder até 20% do peso corporal, diz estudo

Semaglutida, medicamento utilizado contra o diabetes, pode representar uma nova era no tratamento da obesidade. Estudo da Universidade Northwestern, de Chicago, Estados Unidos, publicado na semana passada no periódico científico New England Journal of Medicine, apontou que o medicamento reduz, em média, 15% do peso corporal, podendo chegar a 20%, revelaram a CNN e a BBC.

Produzida pelo laboratório Novo Nordisk, a semaglutida aumenta a produção de insulina e atualmente é utilizada para tratar o diabetes tipo 2. No estudo, a droga foi testada em 1.961 voluntários obesos e com sobrepeso. Desse total, 1.306 receberam uma dose subcutânea de 2,4 mg do medicamento por semana.

Outros 655 participantes foram testados com placebo. Todos tiveram acompanhamento físico e nutricional durante o experimento – receberam as mesmas informações sobre alimentação (quantidade de calorias) e atividade física (150 minutos de exercício por semana).

Após 68 semanas, os pesquisadores observaram que a alteração média no peso corporal foi de 14,9% no grupo da semaglutida em comparação com 2,4% com o grupo que recebeu placebo. Em números absolutos, os integrantes que utilizaram o medicamento perderam 15,3 kg e os demais 2,6 kg.

Há, no entanto, pacientes que perderam bem mais peso. 32% das pessoas do estudo perderam um quinto (20%) do peso corporal com a droga, revelou a BBC. A inglesa Jan perdeu 28 kg, o equivalente a mais de um quinto de seu peso corporal. “A droga mudou minha vida e alterou completamente minha relação com os alimentos”, afirmou ela à emissora britânica.

“A perda de peso com semaglutida decorre de uma redução na ingestão de energia devido à diminuição do apetite, que acredita ser o resultado de efeitos diretos e indiretos no cérebro”, escreveu o médico Robert Kushner no relatório, conforme a CNN.

O medicamento atua sequestrando os níveis de apetite do corpo e imitando um hormônio, chamado de GLP1, que é liberado no intestino durante a refeição. “Esse hormônio é produzido enquanto a gente come e dura apenas dois minutos. A semaglutida modifica a molécula GLP1 e a medicação dura sete dias. Isso confere uma saciedade maior e faz com que os pacientes tenham mais aderência à proposta da alimentação”, afirmou o médico Guilherme Giorelli em sua coluna no UOL.

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A semaglutida está sendo submetida a reguladores de medicamentos, portanto não pode ser prescrita de forma rotineira para obesidade. Mas a intenção da fabricante é que a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos, aprove a droga para controle crônico de peso.

“FDA diz que a medicação para ser aprovada tem que apresentar uma perda de peso superior a 5%. Em média, as medicações chegam a no máximo 10%. A semaglutida indicou média de 14,9%, sendo que um terço dos pacientes chegaram a perder 20%, que é algo obtido apenas com a cirurgia bariátrica”, revelou Giorelli.

“A diferença é gritante. Isso mostra que é preciso entender que a obesidade não é apenas questão de foco e fé, mas é um tratamento sério que precisa de orientação e muitas vezes medicação para que se possa ter resultado satisfatório”, completou o médico.

Guilherme Giorelli adverte, porém, para ninguém iniciar o tratamento por conta própria. “Essa droga é usada no tratamento do diabetes, mas para a obesidade a dose é totalmente diferente, assim como o perfil do paciente. Não saia por aí se automedicando. É fundamental procurar um médico para saber dos benefícios e dos riscos da medicação. Não existe medicação que faça emagrecer sozinha. O que há é medicamento para o tratamento da obesidade. Ou seja, você precisa de orientação sobre alimentação e exercício físico”.

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No teste norte-americano, houve efeitos colaterais durante o tratamento com a semaglutida, incluindo náusea, diarreia, vômito e constipação. Na maioria das vezes, esses sintomas eram transitórios. E há estudos de cinco anos em andamento para ver se a perda de peso pode ser mantida no longo prazo.

Os próprios pesquisadores ressaltam, porém, que o estudo tem limitações e precisa ser ampliado, apurou a CNN. Eles destacaram a preponderância de mulheres e participantes brancos, a duração relativamente curta do ensaio e a exclusão de pessoas com diabetes tipo 2 como pontos fracos do experimento.

Para a inglesa Jan, apesar de satisfeita por ter participado da pesquisa, a guerra contra a balança ainda não terminou. Ela disse à BBC que, após o fim do experimento, seu apetite voltou e está ganhando peso novamente. “Foi fácil perder peso durante o teste, mas agora voltou a ser uma batalha constante com a comida”.

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