Covid-19: Brasil deve alcançar imunidade coletiva apenas em fevereiro de 2022

Covid-19: Brasil deve alcançar imunidade coletiva apenas em fevereiro de 2022

Se tudo ocorrer bem na fabricação e entrega de vacinas contra a Covid-19, a imunidade coletiva no Brasil deve ocorrer, apenas, em fevereiro de 2022. É o que acredita o ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vencina.

Em entrevista à Globo News, nesta manhã (13/04), o ex-gestor, que também é médico e fundador da Anvisa, declarou que há poucas chances de a imunidade coletiva no País acontecer antes desse prazo. No entanto, ele não descarta a “improvável e otimista” e, também, “pequeníssima possibilidade” de o feito ocorrer até novembro próximo.

Porém, para essa realidade acontecer, ele cita uma série de fatores que devem engrenar corretamente ao longo dos próximos meses, dos quais, o ex-presidente pontua a capacidade nacional de entregar as vacinas - que está vinculada ao funcionamento do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz, e da realização da encomenda tecnológica que as entidades contrataram com a Sinovac e com a Oxford/AstraZeneca, seguidas de diversas outras circunstâncias positivas.

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“Se nós tivermos uma entrega adequada dos insumos farmacêuticos ativos (IFA); as áreas de envase das duas fábricas funcionarem regularmente, sem quebrar uma máquina; se a transferência de tecnologia ocorrer de maneira adequada; e as fábricas estiverem funcionando a partir de outubro, existe uma pequeníssima possibilidade de outubro e novembro desse ano a gente ter chegado próximo da imunidade coletiva e com a redução do número de casos”, elencou.

Contudo, em seguida, Vencina enfatizou que não tem expectativa desse cenário ocorrer ainda em 2021, e vê fevereiro do novo ano como a data mais realista.

“Eu acredito que a gente comece a respirar um pouco mais, tendo que acontecer muita coisa correta, ainda, em janeiro e fevereiro de 2022, infelizmente não vejo outra possibilidade”, salientou.

Expectativas das vacinas contratadas pelo Brasil

Os motivos para Vencina concentrar suas expectativas na produção nacional das vacinas não são à toa. Ele analisou as contratações dos imunizantes que o Governo fez às farmacêuticas externas e, entre elas, não elencou nenhum futuro otimista.

O médico citou que não vê chances de as vacinas da Janssen chegarem ao Brasil, assim como as da Pfizer, uma vez que essa segunda tinha a cláusula de confidencialidade que foi quebrada e, portanto, “tecnicamente o contrato pode ser simplesmente rompido”. Vencina lembra que o Governo contratou 108 milhões de doses da Janssen e 100 milhões da Pfizer.

Ao mesmo tempo, o imunizante Covaxin, da Índia, também não desperta esperança ao ex-presidente da Anvisa; ele ressalta que a fábrica da vacina não passou por inspeção e a entrega dos seus imunizantes deve ocorrer apenas em lotes futuros, mas, ainda sem data.

“Não passar na inspeção uma fábrica, significa que tudo que ela já produziu está comprometido. Então, se a fábrica passar numa inspeção futura, só o que for produzido a partir dessa inspeção é que poderá ser aceito”.

O mesmo ocorre com as vacinas da Sputnik, das quais ele cita que a fábrica do imunizante russo também precisa passar por inspeção.

Com isso, Vencina pontua que apenas os imunizantes do consórcio Covax Facility devem chegar ao Brasil, no entanto, ele lembra que a entrega das 40 milhões de doses contratadas pelo Governo deve ocorrer “a conta-gotas, até o segundo semestre”.

Em vista dessas expectativas, o ex-presidente da Anvisa acredita que o Brasil deve ficar dependente da “xepa da vacina dos Estados Unidos”, pois, na visão dele, o governo americano deverá priorizar países pobres, que não têm fábricas e acesso às vacinas, na distribuição de imunizantes.   

“Pegando carona no modelo Biden de gestão, suponho que eles vão destinar a eventual sobra para países em uma situação pior do que o Brasil. Então, eu não vejo nenhum futuro aconselhável pela frente”, concluiu.

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O que é imunidade coletiva ou imunidade de rebanho?

O conceito de imunidade coletiva, também chamada de imunidade de rebanho, é explicado pelo farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni.

“Imunidade de rebanho pode ser simplificada como a situação em que a cadeia de infecção é bloqueada. Isto ocorre quando um quantitativo de indivíduos, de uma determinada população, adquire imunidade, seja após a infecção e recuperação dessa patologia, ou após a vacinação, protegendo aquelas pessoas que não possuem imunidade, como uma barreira. Em consequência, o alastramento da doença é reduzido”.

O gerente-geral da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, em vídeo exclusivo publicado no canal do Youtube do ICTQ (confira o vídeo completo aqui), endossa que, quando há uma alta taxa da população vacinada, ou seja, que está com anticorpos neutralizantes do vírus, o vírus perde a sua capacidade de circulação.

Mendes, que também ministra aulas na Pós-graduação de Assuntos Regulatórios, entre outros cursos no ICTQ, pontua qual a taxa de vacinação ideal para atingir a imunidade coletiva e reforça porque é importante que ela seja alcançada.  

“Pela ciência, entre 60 e 70% das pessoas com anticorpos neutralizantes já impediria a circulação do vírus. Assim, atingir a imunidade de rebanho é uma meta para que se possa erradicar o vírus, ou mesmo, as formas graves da doença”, ressaltou.

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