ICTQ segue com apoio psicológico gratuito ao farmacêutico

ICTQ segue com apoio psicológico gratuito ao farmacêutico

Protagonistas no combate à pandemia do novo coronavírus, os profissionais de saúde têm, além da preocupação e responsabilidade em salvar vidas, a necessidade de também cuidar de sua saúde mental, já que os impactos do atual momento não são dos menores. Visando confortar, de alguma forma, os farmacêuticos do País, desde março deste ano o ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico oferece apoio psicológico gratuito à classe.

Trabalho intenso, riscos de contaminação para si próprio e para suas famílias no retorno ao lar e falta de equipamentos de proteção, somados à ansiedade, ao estresse e ao sofrimento psíquico, são queixas recorrentes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incerteza do período, os riscos de contaminação e a necessidade de isolamento social podem agravar ou causar sérios problemas mentais. O órgão, inclusive, publicou um guia com cuidados para a saúde mental durante esse período de emergência sanitária, por entender que essa situação extrema causa muita pressão psicológica.

A iniciativa do ICTQ é exclusiva para alunos e ex-alunos da Instituição, e ocorre de forma on-line. O objetivo é proporcionar suporte e acolhimento psicológico por meio de atendimentos individuais, de uma hora de duração, em até três encontros.

Segundo o fundador do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade, o objetivo é oferecer atenção e cuidado àqueles que atendem, orientam e promovem esperança por meio das práticas farmacêuticas, como um gesto de agradecimento pela valiosa contribuição neste momento difícil. “É cuidar de quem cuida”, disse Andrade.

Desde o início da ação foram realizados mais de 10 atendimentos e ainda há vagas disponíveis. À frente do apoio está o psicólogo Bedsen Rocha. “Tem sido uma experiência maravilhosa. A oportunidade de atender simultaneamente profissionais de vários Estados da Federação Nacional, vivendo situações diversas e singulares no seu segmento de atuação tem sido desafiador e engrandecedor”, falou Rocha.

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Segundo ele, é importante que o farmacêutico, e todos os profissionais de saúde, tenham, neste momento, um suporte especializado para lidar com os seus medos e angústias e, principalmente, fazer a conciliação interna da vida pessoal e profissional. As situações mais recorrentes que levaram os farmacêuticos a solicitar ajuda são:

  • Angústia;
  • Pânico no enfrentamento da pandemia;
  • Postura profissional perante os clientes e colegas de trabalho; e
  • Preservação da família por meio do distanciamento, tendo em vista que o profissional farmacêutico está diretamente na linha de frente em constante exposição.

Para o psicólogo, os resultados dos atendimentos têm sido extremamente positivos e a cada sessão os farmacêuticos elaboravam mais suas angústias, definindo ações que seriam implementadas até o próximo encontro.

Ansiedade

A farmacêutica Julyanne Silva, de Belém do Pará, não estava conseguindo enfrentar sozinha as constantes crises de ansiedade. Em uma dessas enviou uma mensagem para o seu gestor, que lhe informou do atendimento que o ICTQ estava oferecendo. Para ela, foi uma das melhores coisas que fez.

“Procurei atendimento psicológico por determinados fatores. Acredito que a ansiedade está entre os males do século, até porque a sociedade se tornou muito imediatista. Eu tinha pequenas leves crises de ansiedade que, de certa forma, me ajudaram algumas vezes profissionalmente, por querer resolver tudo rápido, não deixar nada para depois. Só que com a atual situação da saúde mundial nos vimos em um quadro totalmente devastador, muitas pessoas morrendo, uma doença que atinge muitas pessoas muito rápido e é algo invisível. Isso me afetou por eu ser profissional da saúde e sou muito emotiva com tudo relacionado a isso”, contou Julyanne ao jornalismo do ICTQ.

Ela reconhece agora que um dos seus principais erros foi consumir muitas notícias e informações, por vezes incompletas e de diversas fontes. Além disso, o desespero das pessoas que ela atende na farmácia onde trabalha também acabou lhe afetando negativamente. “Eu me vi em uma situação em que as pessoas estavam procurando aquela medicação e eu tinha que falar que não tinha e eu via a frustração no rosto dessas pessoas, às vezes era o décimo estabelecimento que elas estavam indo”, lembra Julyanne.

Medo

Farmacêutica há 15 anos, a paulista Elisa Matile conta que não hesitou em se inscrever para o atendimento oferecido pelo ICTQ assim que soube da iniciativa. “Estamos em um momento muito delicado e ter alguém com que podemos falar sobre nossas dúvidas e medos é muito importante. Para mim foi muito boa a experiência”, afirma.

Segundo Elisa, os farmacêuticos não querem levar mais problemas ou questões delicadas para casa nesse momento. Com o medo constante de contaminação, falar sobre o assunto é fundamental para manter-se centrado.

“Bedsen foi maravilhoso. Nossas conversas foram sempre claras e esclarecedoras. Ele, vendo a situação de um outro lado, compreendeu todo meu receio e mostrou alternativas que eu não conseguia enxergar. Acho que esse auxílio oferecido pelo ICTQ é essencial nesse momento”, destaca Elisa.

Julyanne também aprovou a experiência e que desde então conseguiu focar com mais facilidade no seu trabalho e compreendeu que “infelizmente não podemos abraçar o mundo com as mãos, apesar de querer, se você não está bem, como você pode ajudar os outros?”. Para ela, todos os profissionais deveriam ter, pelo menos, uma vez ao mês uma conversa com alguém que não julgue, que escute e que realmente se importe. “Agradeço imensamente ao ICTQ por isso”, reitera.

Aconselhamento

Segundo Rocha, as intervenções das sessões possibilitam o alinhamento do conhecimento de cada pessoa com a sua motivação interna e os conflitos são minimizados quando é estabelecida a harmonia interior, sincronizando a visão de futuro, valores e pensamentos de carreira com o seu futuro profissional.

O psicólogo acredita que em três sessões com cada farmacêutico será possível, também, estabelecer o posicionamento profissional, o enfrentamento e a não fuga da crise, o controle emocional, além de desenhar as ações futuras para o que está por vir.

“Sinto-me honrado por disponibilizar o meu saber em prol de uma causa tão nobre de propiciar o bem estar psicológico do profissional farmacêutico, tão demandado neste período de crise mundial”, ressalta Rocha.

Atendimentos

Para agendar consulta psicológica, alunos e ex-alunos do ICTQ podem ligar ou encaminhar mensagem ao telefone (62) 99504-2746. As sessões ocorrem via Skype e o psicólogo afirma que a abordagem via internet funciona muito bem para um atendimento psicológico. “Temos horários estabelecidos, quando cada profissional terá um espaço individual e singular para tratar das suas demandas pessoais, profissionais e emocionais neste momento de crise”, explica.

Rocha aproveita para dizer que os farmacêuticos (e profissionais da saúde como um todo) não esperem uma situação extrema para buscar ajuda. “É importante uma autopercepção para buscar uma ajuda especializada antes de uma crise, ou seja, atentar para pistas que lhe indique que algo internamente está fora de lugar”, evidencia.

Como sobreviver emocionalmente à pandemia

Em entrevista ao Nexo Jornal, a psicóloga e livre docente sênior do Instituto de Psicologia da USP, Maria Julia Kovacs deu dicas de como sobreviver emocionalmente à pandemia. Segundo ela, há atualmente várias publicações, cartilhas e guias para tentar amenizar o sofrimento mental, publicadas pela OMS, pelos Ministérios da Saúde dos países, por conselhos de psicologia, por associações médicas, universidades, ONGs, ente outras. Entre os principais pontos abordados estão:

  • Primeiro, não ficar vendo notícias, Whatsapp, Facebook e outros recursos o dia inteiro, inundando-se de más notícias. É preciso escolher um noticiário e limitar o tempo de contato com outras formas de comunicação. É preciso não se deixar inundar de notícias que, em vez de informar, levam à ansiedade e ao desamparo. Além disso, evitar as fake news;
  • Segundo, estabelecer uma rotina diária que tenha atividades de trabalho, atividades físicas, refeições, atividades de lazer dentro de casa, além de participar de atividades artísticas, atividades de autocuidado, como respiração, relaxamento, yoga etc.
  • Terceiro, estabelecer contatos pessoais diários com familiares e amigos por telefone, por Whatsapp, coisas com imagens, como Facetime e conversas em grupo. É preciso lembrar que só o contato presencial deve ser evitado, mas todas as outras formas de contato devem ser estimuladas.
  • Quarto, ser solidário, ajudar quem precisa e pedir ajuda quanto precisar. Essa pode ser um dos grandes aprendizados dessa pandemia.
  • Quinto, buscar ajuda psicológica – lembrando que isso não é fraqueza, não é vergonha. Atualmente, há várias ofertas de atendimento psicológico, muitas delas gratuitas por meio de ajuda telefônica, chats ou outras formas virtuais gratuitas. Sempre vale a pena indicar também o Centro de Valorização da Vida, que, no Brasil, tem o telefone 188. Outros conhecimentos de cuidados em saúde mental estão sendo elaborados.
  • Para as crianças, estão sendo elaborados livros e cartilhas com explicações e ilustrações que explicam o que é o covid-19, quais são as formas de contágio. São publicações que ajudam a lidar com o confinamento, com os sentimentos. Elas trazem também desenhos e atividades a serem realizadas.

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