COVID-19: 399 estudos clínicos em andamento no mundo; nove deles no Brasil

COVID-19: 399 estudos clínicos em andamento no mundo; nove deles no Brasil

Estão em curso no mundo 399 ensaios clínicos de medicamentos e terapias para combater o coronavírus. A compilação foi feita pela National Library of Medicine (NLM), ligada ao National Institutes of Health (NHI), pertencente ao governo dos Estados Unidos. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há nove estudos clínicos sendo desenvolvidos em mais de 100 centros de pesquisa brasileiros.

Pelo apanhado da NLM, do total de estudos até o momento, 105 estão sendo desenvolvidos na América do Norte (Estados Unidos lideram, com 88 ensaios), 102 na Europa (França, com 34; Itália, com 19; e Espanha com 18 estudos, lideram) e 77 na Ásia (55 só na China). Na América do Sul, são 16 estudos em andamento, sendo nove deles no Brasil.

O Ministério da Saúde (MS) revelou que está acompanhando o desenvolvimento dos nove ensaios clínicos realizados no País para testar a eficácia e a segurança do uso de alternativas no tratamento de pacientes com Covid-19. Entre os medicamentos utilizados nos estudos estão a cloroquina e a hidroxicloroquina associadas ao antibiótico azitromicina, já usados contra a malária e doenças autoimunes; a combinação de medicamentos contra HIV, formada por lopinavir e ritonavir; a associação de lopinavir e ritonavir em conjunto com a substância interferon beta-1b, usada no tratamento de esclerose múltipla; e o antiviral remdesivir, desenvolvido para casos de ebola; além do difosfato de cloroquina.

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Nas próximas semanas serão iniciados os estudos com o corticosteroide dexametasona, com o inibidor de interleucina-6 – tocilizumabe, e com plasma convalescente, que em outros países têm sugerido resultados promissores para combater a infecção viral por meio de seus anticorpos. O chamado plasma convalescente é a parte líquida do sangue que pode ser coletada de pacientes que já se recuperaram da infecção por coronavírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, a expectativa é que resultados preliminares das pesquisas sejam divulgados ainda neste mês, abrindo a possibilidade futura do uso de novos medicamentos e terapias no cuidado de pessoas infectadas pela doença.

“No curto prazo, teremos resultados preliminares até o final de abril para oferecer terapias seguras e eficazes para a população. Temos que pautar as nossas decisões baseadas em evidências científicas. Nós estamos em busca, com celeridade, de dar resposta seguras e eficazes à população”, destacou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS, Denizar Vianna.

Os ensaios envolvem aproximadamente cinco mil pacientes com quadros leves, graves e moderados. Participam desses estudos mais de 100 centros de pesquisas, entre universidades e hospitais.

Um dos grupos de pesquisa no Brasil, chamado Coalizão Covid-19 Brasil, é formado por hospitais integrantes do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), como Albert Einstein, Hospital do Coração (HCor), Sírio-Libanês, Moinhos de Vento e Alemão Oswaldo Cruz, além da Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (Rede BRICNet), da Beneficência Portuguesa de São Paulo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e a USP de São Paulo.

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Outra linha de pesquisa faz parte do ensaio clínico Solidarity, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no qual o Brasil, em conjunto com 45 países, se uniu para investigar a eficácia de medicamentos no tratamento da Covid-19. No País, o estudo é coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem acompanhamento da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, de Manaus (AM). O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) fornece parte dos medicamentos utilizados.

O Solidarity foi lançado em março pelo diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Como o próprio nome diz, o estudo tem como premissa, nas palavras de Ghebreyesus, a solidariedade como condição chave para enfrentar a pandemia e a importância de concentrar esforços para que o resultado possa gerar evidências robustas e de alta qualidade o mais rápido possível. A iniciativa tem como objetivo investigar a eficácia de quatro linhas de tratamentos para a Covid-19 e será implementada em 18 hospitais de 12 Estados brasileiros, com o apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde.

Apesar das diretrizes pré-determinadas, uma das premissas do estudo é que ele seja adaptável, ou seja, caso surjam novas evidências as linhas podem ser adequadas, com descontinuação de drogas que se mostrem ineficazes e incorporação de medicamentos que venham a se mostrar promissores. Segundo a Fiocruz, nesse tipo de estudo, uma comissão central tem acesso a todos os dados e faz análises durante todo o processo, evitando que os pacientes sejam expostos a drogas ineficazes ou com toxicidade elevada. 

A meta do Solidarity é alcançar o maior número de pacientes no tempo mais curto possível. Para alcançar o número necessário mais rapidamente, a OMS está conjugando o esforço global de meia centena de países. “Estudos com número limitado de pacientes, e sem o adequado controle, como são a maior parte dos estudos registrados até o momento, podem demorar a conseguir uma resposta, ou nem mesmo chegar nela”, explica Valdiléa Veloso, diretora do INI. “O Ministério da Saúde nos orientou a incluir na pesquisa centros de pesquisa em todas as regiões do País e a contribuir com o maior número possível de pacientes. Colabora-se assim com o esforço global de ter uma resposta rápida e aplicável à população brasileira”.

Com esse objetivo em mente, o estudo também foi planejado para poder ser executado em um momento em que todos estão dedicados a cuidar de pacientes graves internados. A pesquisa incluirá somente pacientes hospitalizados, para atender à demanda mais urgente, que é a de oferecer tratamento para pacientes com quadro mais grave.

Principais terapias que estão sendo testadas no Brasil

  1. Cloroquina
  2. Hidroxicloroquina
  3. Difosfato de cloroquina
  4. Remdesivir
  5. Liponavir
  6. Ritonavir
  7. Azitromicina
  8. Dexametasona
  9. Plasma convalescente e imunomodulador

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