EUA compram estoque previsto para 2020 da vacina para Covid-19 da Pfizer

EUA compram estoque previsto para 2020 da vacina para Covid-19 da Pfizer

O imunizante da norte-americana Pfizer e da alemã Biontech ainda está em testes, mas os Estados Unidos já garantiram a compra, por cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,3 bilhões), de todas as 100 milhões de doses previstas para serem produzidas neste ano. Pfizer nega que país tenha comprado todo o estoque de 2020. Governo brasileiro diz que também tem intenção de comprar a vacina.

O anúncio da compra do governo norte-americano foi feito nesta quarta-feira (22/7) pela agência France Presse e reproduzido pelo G1. O objetivo de ambos os laboratórios é fabricar “100 milhões de doses antes do fim de 2020” e provavelmente mais de 1,3 bilhão antes do fim de 2021.

Ou seja, toda a produção até o final do ano já teria destinatário. O acordo ainda permite ao governo norte-americano obter 500 milhões de doses adicionais, disseram o Departamento de Saúde e Serviços Humanos e o Departamento da Defesa dos Estados Unidos, segundo a Reuters. “O governo americano fez um pedido inicial de 100 milhões de doses por US$ 1,95 bilhão e pode comprar até 500 milhões de doses adicionais”, disseram as duas empresas.

Esse acordo com a Pfizer e Biontech é mais uma peça do xadrez político que o governo de Donald Trump está mexendo visando aumentar sua popularidade, em queda livre por conta do tratamento que deu à pandemia e outros erros. Os Estados Unidos investiram bilhões de dólares em vários programas de formulação de vacinas, entre eles, os desenvolvidos pela Johnson & Johnson, pela Moderna e pela Oxford e AstraZeneca. Com a última, o contrato prevê 300 milhões de doses para o país, de 332 milhões de habitantes, segundo revelou o Correio Brasiliense.

Em outra movimentação, no começo de julho, a Casa Branca anunciou que pagaria US$ 1,6 bilhão (cerca de R$ 8,1 bilhões) à empresa de biotecnologia Novavax para financiar o projeto de vacina contra a Covid-19, garantindo, em caso de sucesso, que os Estados Unidos terão prioridade no acesso a 100 milhões de doses.

O governo Trump lançou ainda a operação Warp Speed (velocidade superior à da luz) para tentar produzir 300 milhões de doses de vacinas até janeiro de 2021 para que obtenha o imunizante primeiro. Diferentemente da Europa e de outros países, os Estados Unidos estão sozinhos em sua busca por uma vacina e não participam das arrecadações de fundos internacionais.

Apesar de Francis Collins, chefe do Instituto Nacional de Saúde (NIH), ter afirmado que apoio à ideia de uma vacina contra a Covid-19 ser “bem público global”, Trump definiu como prioridade a imunização dos americanos o quanto antes. “Estamos criando uma carteira de vacinas, para aumentar as chances de os americanos terem pelo menos uma vacina segura e eficaz até o fim do ano”, comentou o secretário de saúde, Alex Azar, conforme o Correio Brasiliense.

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Brasil tem interesse na vacina da Pfizer/Biontech

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a condução de ensaios clínicos em fase 2/3 – com um número maior de participantes do que os já liberados até então – para o imunizante contra a Covid-19 da Pfizer/Biontech. Segundo as empresas, a previsão para início dos estudos clínicos é final de julho.

O estudo prevê a inclusão de cerca de 29 mil voluntários, sendo mil no Brasil, distribuídos nos Estados de São Paulo (no Centro Paulista de Investigação Clínica – CEPIC) e Bahia (Instituição Obras Sociais Irmã Dulce). O recrutamento dos voluntários, conforme a Anvisa, é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa.

Segundo a Pfizer, a escolha do Brasil para participar do estudo foi baseada no conhecimento científico e capacidade local, assim como na epidemiologia da doença e experiência prévia do País para realização de estudos clínicos.

Com isso, o Brasil passa a ser um dos braços da fase global da pesquisa clínica da vacina em estudo (BNT162). Ela é baseada em ácido ribonucleico (RNA), que codifica um antígeno específico do vírus Sars-CoV-2. O RNA é traduzido pelo organismo humano em proteínas que irão então induzir uma resposta imunológica.

Contudo, tendo em vista a postura agressiva dos Estados Unidos, não dá para saber quando a vacina estaria disponível para a população brasileira. Procurada pelo Portal do ICTQ, a Pfizer enviou nota negando que o governo norte-americano tenha comprado todas as doses da vacina que serão produzidas em 2020.

“O acordo estabelecido prevê uma aquisição inicial de 100 milhões de doses, seguida por uma compra de 500 milhões de unidades, com entregas a serem realizadas ao longo de 2020/2021”, diz a empresa em nota. A Pfizer afirma ainda que estima ter uma produção de 1,3 bilhão de doses entre 2020 e 2021 e que “está em contato com os governos de todo o mundo, incluindo o Brasil, para disponibilizar sua futura vacina à população”.

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Há interesse manifesto do governo brasileiro no produto. O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou ontem (22/7) que o governo federal também vai abrir negociações com a Pfizer para a possível compra da vacina, reportou a agência Reuters.

Pazuello afirmou, em entrevista coletiva durante visita a Florianópolis (SC), que o governo também colocou a candidata da Pfizer e da BioNTech “no radar”, depois que a Anvisa aprovou a condução do ensaio clínico no País. “Nós vamos observar isso daí, com a possibilidade também de entrar em algum tipo de acordo de cooperação para comprar também alguma possibilidade dessa vacina com a Pfizer”, disse o ministro, lembrando que o Brasil já tem em andamento três negociações relativas a vacinas.

O Ministério da Saúde tem uma carta de intenções assinada com o laboratório britânico AstraZeneca que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses até o fim do ano de uma vacina desenvolvida em parceira com a Universidade de Oxford, e está concluindo as negociações para o pagamento e a assinatura de um acordo final que incluirá também a transferência de tecnologia para produção nacional, segundo a Reuters.

Paralelamente, o governo do Estado de São Paulo firmou acordo com a chinesa SinoVac para desenvolvimento, em parceria com o Instituto Butantan, de uma outra vacina, que também será produzida no Brasil, e Pazuello havia anunciado na terça-feira que o governo também negocia com o laboratório norte-americano Moderna para uma possível compra com prioridade da candidata a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa.

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