Se na Antiguidade clássica as estátuas dos deuses gregos representavam o ideal de um corpo másculo, hoje as redes sociais espelham, de post em post, o que homens devem buscar para manter a beleza, a força e a juventude. E, por trás das fotos de gente sarada e feliz, não raro reside um atalho do qual nossos antepassados não dispunham: a fórmula — quase mágica, na visão de alguns entusiastas — está na versão sintética de um hormônio naturalmente fabricado pelo organismo, a testosterona. Isolada e descrita em 1935, é ela que confere as características masculinas típicas, embora também seja produzida, em menor escala, pelo corpo feminino. A partir do momento em que demonstraram suas propriedades anabolizantes e conseguiram reproduzi-la em laboratório, tornou-se uma arma perigosa no circuito das academias, com uma clientela disposta a arriscar a saúde em busca de músculos robustos.